O que existe realmente no mundo?
É o que nos mostram os olhos?
O que nos testemunham os ouvidos?
A pressão que sentimos na pele?
Os gostos e os cheiros são evidência da existência de algo?
Onde se encontra então o amor diante da sensibilidade crua da matéria?
Diante do amor a matéria se curva inerte,
Pois diante de um só pensamento trazemos à presença quem está longe,
Ainda que do outro lado Universo ele esteja, e
Mais rápido que o raio, a alma se enternece.
O Sol não é tão luminoso quanto o amor,
E o calor do fogo não se compara ao acalento que traz ao coração.
A vastidão dos mares não pode abarcar o seu tamanho,
Nem mesmo a extensão das montanhas ou o número das estrelas.
O céu é pequeno para as asas do amor,
Viajando em seus alegres rodopios livres.
O perfume das flores se acanha diante da fragrância querida,
As pétalas das rosas parecem ásperas…
O mais lírico canto dos pássaros se cala diante da doce voz,
A cascata grandiosa não se compara a ondulação dos cabelos…
Onde, então, se encontra o amor?
Qual a sua natureza?
O que é real?
O que realmente existe diante do amor?
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